Durante quatro dias a Academia Brasileira de Letras transferiu-se para a 12ª. Jornada Nacional de Literatura. Nesta sexta-feira (31), foi o momento de encerrar os trabalhos revisitando clássicos dos dois primeiros autores que presidiram a ABL. A coordenadora das Jornadas Literárias, professora Tania Rösing, abriu o Encontro saudando acadêmicos presentes, em especial Lêdo Ivo, Murilo Melo Filho, Paulo Monteiro (Academia Passo-fundense de Letras) e prestou homenagem aos 70 anos de Moacyr Scliar.
“Esse encontro foi idéia do Scliar que esteve aqui na 1ª. Jornada e sua presença hoje se deve às comemorações de seu aniversário e como reconhecimento de toda sua trajetória. Ver todos esses imortais reunidos nos estimula cada vez mais a desenvolver estas parcerias”, comentou Tania. O homenageado do dia, o gaúcho Moacyr Scliar, traçou um olhar sobre “O Alienista”, conto de Machado de Assis
O autor declarou seus laços com Passo Fundo relembrando sua infância na cidade, período em que começou sua carreira como escritor. Dessa época, Scliar tem outras lembranças curiosas. “Revisitar clássicos é cada vez mais importante. Mas, no passado, estudar essas obras era uma forma de castigo. Eu mesmo tive que copiar “Os Lusíadas” porque aprontava na escola, cheguei a decorar”, revelou.
Sobre “O Alienista”, Scliar declarou sua fascinação pela obra por ser brasileiro, escritor e médico. “Esse é um perfeito exemplo de clássico atual, que se enquadra em nossa realidade. Alienista era o psiquiatra da época, que trabalhava com alienados. Hoje em dia a diferença está nas possibilidades que aumentaram. Na época tudo se resolvia a partir de uma classificação dos problemas mentais seguido pela internação na Casa Verde”, comenta Scliar fazendo referencia a obra Machadiana.
Encerrando as atividades do 2º Encontro Nacional da Academia Brasileira de Letras, o imortal Murilo Melo Filho, abordou a vida e obra de Rui Barbosa (“Cartas da Inglaterra”, “Saudação Fúnebre a Machado de Assis”, “Conferência de Haia” e “Oração aos Moços”), a quem se referiu como um jornalista perfeito e um político incomparável. Rui Barbosa fez parte da Academia Brasileira de Letras, sucedendo Machado de Assis na presidência da entidade.
Nas palavras de Murilo Melo Filho, a contextualização de clássicos e muitas histórias. “Falo do Rui jornalista, político e escritor, resgatando o que existe de mais importante na sua obra que continua mais atual do que nunca”, comentou o acadêmico.
Impressões de uma Jornada
A polonesa Magda Pielak acompanhou toda a programação. Por estudar a língua e cultura brasileira na Polônia, a estudante deteve sua atenção no Encontro da ABL. “Como conhecia a vida e obra de vários autores que aqui foram comentados, o Encontro valeu muito a pena. Destacaria as referências a Machado de Assis e Moacyr Scliar, autores que aprecio muito”, comentou Magda.
Vinda de Uruguaiana, Luana Camara referiu-se ao Encontro como uma oportunidade de ampliar os conhecimentos abordados em sala de aula. “Aqui temos o autor apresentando sua opinião com a possibilidade de conversar com ele depois, o que não é possível lendo suas críticas ou discutindo entre colegas”, destacou Luana que já confirmou presença na próxima edição do evento.
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