Sala de Imprensa

Depoimentos

“A diversidade cultural e a necessidade de interlocução entre os diferentes é uma coisa candente no mundo. Quando você tem uma língua que nasceu antes de você, ela é sua. E aí repousa o que a gente poderia chamar de sentimento nacional, o que há de comum entre nós. Ter uma língua, ter nascido numa língua significa falar de uma maneira, pensar de uma maneira, sentir de uma determinada maneira. O fenômeno da estética é um fenômeno transcendental porque te retira do teu pouso habitual, pleno de realidade, e te transporta para algo subjetivo, tem uma dimensão espiritual.”
“Penso que progressivamente a Jornada Nacional de Literatura de Passo Fundo deixará de ser um encontro para discutir literatura e formação de leitores para ser um fórum de debate da cultura nacional.”
Alcione Araújo, romancista, dramaturgo e coordenador dos debates da 12ª Jornada

“Nós precisamos de diferentes expressões de todos os lugares, mas essas diferentes expressões podem ser frutos para todo o planeta. Eu estava sentado na abertura da conferência e escutei palavras que entendi, como ‘cultura’, ‘nacional’, ‘internacional’. E disse à minha esposa: ‘não é maravilhoso que tantas pessoas possam se juntar não para esporte, não para futebol, mas na verdade para literatura!’”
Jostein Gaarder, filósofo e escritor norueguês, autor “O Mundo de Sofia”

“Juntar essas pessoas, de lugares diferentes do país, de culturas diferentes, de países diferentes, que você coloca em confronto, Pontos extremados em confronto. O confronto é fundamental. A Jornada tem a capacidade camaleônica de ir transformando os temas uqe ela desenvolve. Tem também uma proposta que revela inquietação da sociedade brasileira, da cultura brasileira, em um determinado momento. Acho que impossível prever a próxima.”
Ignácio de Loyola Brandão, escritor e coordenador dos debates da 12ª

“Pluralidade cultural é uma coisa, diálogo cultural é outra coisa diferente. O tema é produzir um efeito dialético maravilhoso de mostrar que as duas coisas são compatíveis e complementares.Leiam, porque é gostoso. Essa idéia não moralizante, não didática, não pedante, do livro como uma coisa prazerosa, que eu notei nas Jornadas, Não notei em outros lugares.”
Sergio Paulo Rouanet, diplomata, cientista político e ensaísta

“Eu conhecia a Jornada à distância, através dos artigos do Verissimo, e sempre me perguntava: por que não me convidam?”. Agora vi de perto o que é essa grande festa para a literatura. A literatura, com relação à música, tem o problema do feedback do seu trabalho, você não tem a relação imediata com o público. O escritor não sabe como o livro está sendo lido. Você fica com um pouco de ciúme de não dominar a leitura do teu livro, você gostaria de estar ‘regendo’ aquele livro.”
Chico Buarque de Holanda, compositor e romancista

“Não se pode fazer literatura com a camisa de força de moralismo de convicção ideológica ou religiosa. Na Jornadinha, a criança entra num universo de densidade cultural e isso é um saudável vício que contamina a marca para a vida inteira.”
Frei Betto, escritor e religioso dominicano

“A literatura é minha festa. É missão, é vocação, é minha festa.”
Ariano Suassuna, romancista, poeta e dramaturgo, Doutor Honoris Causa pela Universidade de Passo Fundo (UPF)

“Não se pode imaginar um evento assim como a Jornada de Passo Fundo na Europa, uma tal concentração de pessoas em um evento de cultura transforma-o em um evento de massa, ao passo que na Europa manifestações nessa área são de pequenos grupos. Talvez vocês estejam inventando uma das figuras da hipermodernidade do século 21, uma espécie de gigantismo cultural inegavelmente com gosto pela presença das pessoas. As pessoas vêm em peso, elas vêm a cada dois anos supondo que esse evento responda a uma certa satisfação de suas necessidades. Sem dúvida, esse fato pode ser uma indicação para os intelectuais que eles têm que se adaptar a um novo universo no qual os indivíduos vêm buscar nas palestras as respostas a um certo número de suas perguntas, uma procura à la carte, o que faria desaparecer a idéia de uma cultura estruturada e totalizante.”
Gilles Lipovetsky, filósofo francês

“O diferencial da Jornada de Literatura de Passo Fundo, é que as crianças que aqui estão, leram e conhecem as obras. O segredo de Passo Fundo é fazer algo organizado, o Circo é apenas a ‘ponta do iceberg’. O que realmente vale a pena é o trabalho desenvolvido meses antes.”
Ana Maria Machado, Autora e membro da Academia Brasileira de Letras