Alunos de 5º a 8º séries acompanharam programação da 4º Jornadinha Nacional de Literatura na tarde desta quinta-feira (30). O autor africano Meshack Asare ficou empolgado com a possibilidade de falar com as crianças brasileiras.
As lonas coloridas da 4ª Jornadinha Nacional de Literatura receberam na tarde desta quinta-feira (30), 11 autores nacionais, um internacional e foi espaço para a revelação de um novo talento. Em uma das conversas realizadas na Lona Vermelha da Jornadinha, a timidez ficou de lado e a ousadia e o talento de Otávio Muxfeldt Arns, de apenas 10 anos, falaram mais alto.
A pergunta foi simples: “Você acha que alguém que só escreveu um poema pode fazer tanto sucesso quanto vocês que já escreveram tantos?”. A escritora Leusa Araújo com propriedade respondeu e logo depois recebeu um novo questionamento: “Posso recitar um poema que escrevi? Fiz para minha mãe, mas é o único que decorei”. Depois do sim, era a hora de Otávio mostrar o seu talento.
Mãe te amo tanto que não consigo explicar.
Tenho tanto amor que não consigo mais guardar.
Não vejo a hora de ir correndo pra te beijar.
E ter a oportunidade de te abraçar.
Simples versos que emocionaram tanto quanto sua iniciativa. “Eu queria muito ser sua mãe neste momento”, declarou Leusa Araújo para o pequeno Otávio aluno da 5ª série do CEAP da cidade de Ijuí. Depois de declamar seu poema, posou para fotos e distribuiu autógrafos para seus colegas, como os demais autores da Jornada.
Entre os autores que participaram da atividade desta tarde, Domingos Pellegrini, Heloisa Prieto, Luciana Savagnet, Spacca, Letícia Wierzchowski, Roseli Ventrella, Elisa Lucinda, José Roberto Torero, Luís Dill, Nilma Lacerda, Leusa Araújo e Meshack Asare.
Pela primeira vez no Brasil, o autor africano Meshack Asare ficou empolgado com a possibilidade de falar com as crianças brasileiras. “Poder interagir com elas é muito prazeroso e interessante. Espero que as crianças fiquem com saudade, tanto quanto eu já estou”, declarou o autor.
A conversa com os autores ainda não tinha começado, mas Fernando Ficagna, de 11 anos, não perdeu tempo e correu para pegar um autógrafo dos autores. Como não tinha livros, tão pouco papel, utilizou o verso do seu crachá para as assinaturas. Do outro lado da arquibancada, Thais Biolchi e Jéssica Almeida também aguardavam ansiosas o início das atividades. Alunas da 7ª série da Escola Cohab Secchi, as meninas faltaram aula para estar na Jornadinha. “Nossa escola não pode vir, mas conversamos com a professora e ela incentivou. Conheci até o autor do Menino Maluquinho, o Ziraldo”, disse Thais que ficou surpresa ao saber que Elisa Lucinda também é escritora. “Nós conhecíamos a Elisa das novelas. Não tinha a menor idéia que ela escrevia poesias”, finalizou.
As autoras Leusa Araújo e Nilma Lacerda já possuem experiências nesse tipo de atividades, mas revelam suas impressões com as atividades de Passo Fundo. “Neste momento estou criança novamente. Sonhava muito poder estar junto a eles”, disse Leusa. Acompanhando a colega nos bate-papos, Nilma completou: “Este é o momento de culminância de um trabalho. Gosto de estar aqui e perceber que estou à frente de alguém que me leu”, finalizou.
Enquanto isso na Lona Verde, Elisa Lucinda que havia participado do Palco de Debates na tarde de quarta-feira, revelou de onde veio seu hábito pela leitura. “Sempre gostei de ler. Meus pais me contavam muitas historias, mas nunca tinha tido a oportunidade de conhecer os poetas que eu lia”, contou a autora.
Já a Lona Amarela ganhava em número de alunos e de perguntas. A autora Letícia Wierzchowski, minutos antes de iniciar a conversa, revelou nunca ter visto tanta criança junta e aproveitava para fotografar os melhores momentos.
A Lona Azul foi sem dúvida a mais animada da tarde. Enquanto aguardavam um novo grupo de autores chegar, as crianças coreografaram a música da Jornada, que já estava na ponta da língua.