Domício Proença Filho, que falou sobre Dom Casmurro ontem no Encontro Nacional da Academia Brasileira, dividiu a mesa nesta manhã, dia 29, com o poeta Antonio Carlos Secchin no segundo dia do evento em que os acadêmicos são convidados a falar sobre seus clássicos preferidos da literatura.
Para hoje, Domício escolheu Guimarães Rosa e comentou alguns de seus livros como Grande Sertão: Veredas. “Na primeira vez que li Guimarães Rosa não entendi nada. Depois, lendo A hora e a vez de Augusto Madraga, deslanchei”. De acordo com o acadêmico, o que Guimarães Rosa escreveu é uma obra de arte da linguagem carregada de humanidade. “A obra está centrada na existência e destaca questões fundamentais da condição humana”, apontou.
Tomás Antonio Gonzaga foi o escolhido por Antônio Carlos Secchin, eleito em 2004 para a ABL. “Optei por um autor um pouco na penumbra, apesar dele propagar o iluminismo”. Secchin lembrou que Tomás é patrono da cadeira ocupada pelo também poeta Ivan Junqueira. Ele comentou as ambigüidades acerca do autor. “Temos aqui um duplo. Tomás e Dirceu. O poeta se despersonalizava e criava um personagem”. A obra destacada por Secchin foi Marília de Dirceu. Ele leu e interpretou a Lira XIX.