Estimular a leitura na escola unindo prazer e reflexão foi uma das sugestões apresentadas no primeiro dia do Encontro Estadual de Escritores, evento paralelo à programação da 12ª Jornada Nacional de Literatura de Passo Fundo, o Encontro Estadual de Escritores. Realizado no auditório do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Campus I da Universidade de Passo Fundo, a iniciativa terá debates interessantes até sexta-feira (31). A iniciativa é coordenada pelo escritor e ensaísta Luís Augusto Fischer, e conta com a participação de nomes como Moacyr Scliar, Fabrício Carpinejar, Sérgio Capparelli, Daniel Galera e Monique Revillion.

No primeiro dia, o tema dos debates foi Literatura para público infantil e infanto-juvenil, literatura na escola. Os convidados Caio Riter, Marcelo Carneiro da Cunha, Paula Mastroberti e Paulo Bentancur falaram sobre o assunto para uma platéia de professores, alunos e comunidade. De acordo com o coordenador, Luís Augusto Fischer, foi uma grande responsabilidade e ao mesmo tempo um prazer pensar no encontro. “Essa atividade responde a uma angústia dos escritores do Rio Grande do Sul, que podem vir à Jornada e pensar em voz alta, podem se encontrar com os seus leitores”, enfatizou.

Caio Riter afirmou ter apreciado o convite para participar do encontro, especialmente porque a primeira mesa de trabalho tratou do da literatura para a criança e o adolescente. “Essa literatura ainda é vista como menor, com ressalvas e um certo preconceito, entretanto, o escritor que escreve para esse público tem um papel relevante, pois é de pequeno que se forma o leitor”, argumentou. Na opinião de Riter, para estimular a literatura na escola, o ideal é trabalhar sob dois aspectos, que são a questão do prazer, do ludismo, e a reflexão. “O prazer literário está na descoberta do texto literário e, para isso, a gente precisa de professores qualificados que possam orientar determinados caminhos para a criança e o adolescente seguirem”, analisou.

Já a artista plástica e escritora Paula Mastroberti destacou que reunir escritores gaúchos era uma demanda antiga. “A Jornada tem uma dimensão internacional, mas acontecendo no Rio Grande do Sul tem que valorizar a literatura gaúcha, que tem valor no mundo inteiro também”, ressaltou, garantindo que a temática da 12ª Jornada é contemporânea. “O tema da Jornada é atual e está sintonizado com essa tentativa de integrar as linguagens no todo cultural, além de tentar perceber como esses fenômenos visuais, verbais, cinéticos e meios eletrônicos convivem dentro do campo cultural onde se produz cultura.”.

Debates ampliados
A coordenadora das Jornadas Literárias, Tania Rösing, lembrou que foi realizada uma pesquisa junto a escolas da região sobre os autores do Rio Grande do Sul, sendo que o resultado demonstrou desconhecimento pela produção literária do estado. “Com esse desejo de ampliar o conhecimento sobre as maravilhosas obras escritas aqui, tomamos a iniciativa de realizar esse seminário, que começa com 16 escritores, mas que devemos ampliar nos próximos anos”, afirmou.

Em nome da Reitoria da UPF, a vice-reitora Eliane Lúcia Colussi, reforçou a importância do evento para a instituição. “Nossa comunidade universitária de 22 mil pessoas se engaja nessa movimentação cultural. Queremos reforçar a importância da literatura e dos intelectuais para o mundo”, pontuou, dizendo se sentir honrada com a presença de escritores, e especialmente, de leitores, que desejam ampliar seus horizontes culturais.

Programação O Encontro Estadual de Escritores: a criação literária gaúcha em debate, tem programação até esta sexta-feira, das 8h30min às 11h30min.

Dia 29
Literatura de invenção
Alfredo Aquino, Cláudia Tajes, Paulo Ribeiro, Sergio Capparelli.

Dia 30
O local, o nacional — temas, mercados, histórias
Daniel Galera, Fabrício Carpinejar, Letícia Wierzchowski, Moacyr Scliar, Charles Kiefer.

Dia 31
Escrever à sombra dos grandes — a tradição local da literatura e a criação individual
Aldyr Schlee, José Clemente Pozenato, Kledir Ramil, Monique Revillion.